quinta-feira, 9 de junho de 2011

Leishmaniose está em expansão em Minas, afirmam especialistas










Ações municipais -
O secretário-adjunto de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta,
afirmou que 60% das pessoas que morrem por leishmaniose visceral têm outras doenças
como complicadores, como o HIV e a tuberculose. Ele salientou a castração gratuita, as
campanhas para guarda responsável e as feiras de adoção como ações da Prefeitura municipa
l para aumentar a proteção de cães. Atualmente, há cerca de 28 mil animais vivendo nas ruas
da Capital. Além disso, cerca de 360 profissionais estão envolvidos em aplicações de
inseticidas e eutanásia de animais contaminados, conforme diretrizes do Ministério da Saúde.
Para o secretário-adjunto, os agentes de saúde também devem ser capacitados para
identificar e tratar os sintomas nos seres humanos no início da doença e a população,
conscientizada sobre os cuidados com os animais e o descarte correto de resíduos, já
que o inseto transmissor se desenvolve em matéria orgânica.

Defensores garantem que sacrifício pode ser evitado
Veterinários e defensores dos animais criticaram as políticas públicas desenvolvidas
no Brasil e em Minas para cuidar da leishmaniose. O presidente do Conselho Regional de
Veterinária de Minas Gerais, Nivaldo da Silva, afirmou que o assunto não despertava
mas agora se tornou uma doença de cão rico". Ele considerou que não há campanhas
muita atenção do poder público e da mídia porque "antes era uma doença de cães pobres,
 educativas governamentais para conscientizar a população e também há muitas dúvidas
sobre o motivo da expansão em todo o Brasil. "A metodologia de tratamento deve ser mudada",
 ressaltou.

A Ordem dos Advogados do Brasil, por meio do núcleo de Meio Ambiente, se manifestou
contra os sacrifícios de animais. O representante, Sérgio Cruz, ponderou que o cão "não
deve ser visto como uma praga urbana, mas como bioindicador de que algo está errado"
e que o extermínio pode ser uma medida barata, mas não é a única para lidar com a leishmaniose.

O professor do curso de Medicina Veterinária da PUC Betim, Vítor Ribeiro, defendeu o uso
de vacinas para diminuir o sacrifício de cães e criticou a capacitação de agentes de saúde.
Segundo ele, muitos deles afirmam que o produto não funciona. "Isso é um desrespeito ao
Ministério da Agricultura, que aprovou a vacina. Por que eles dizem que ela não é boa?",
questionou. O professor afirmou que duas vacinas já foram desenvolvidas no Brasil, mas
não há divulgação ou ela é colocada em descrédito.

Segundo Vítor, que também é integrante da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de
Pequenos Animais (Anclivepa), muitos países não exterminam os animais contaminados e a
Europa, por exemplo, divulgou, em 2010, uma vacina eficaz para controlar a doença.
Além do produto, os colares inseticidas poderiam ser usados para prevenir a transmissão.

Comparação com dengue -
Deputados citaram  que a mídia, por exemplo, não dá o mesmo
destaque à doença, ao contrário do que ocorre
com a dengue, já que há muitas mortes de pessoas e cães. Conforme o superintendente
da Secretaria de Estado da Saúde, Francisco Lemos, nos últimos oito anos, 198 morreram em
decorrência de dengue e mais de 400 por leishmaniose visceral. O deputado Doutor Wilson
Batista (PSL) ponderou que, embora o número de mortes causadas por dengue seja menor
nessa comparação, há mais casos da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti no Estado.
A comissão vai votar pedido de informações ao Ministério da Saúde, especialmente em relação
ao desenvolvimento de vacinas no País. 


Presenças - Participaram o superintendente da ONG Núcleo
Fauna de Defesa Animal, Franklin Oliveira, a promotora de Justiça de Defesa de Saúde de
Barbacena, Giovanna Araújo Attanásio, e o representante da OAB, Ricardo Assis Alves Dutra.

Um comentário:

  1. Eu sempre ouvi que vacina contra Leishmaniose não funcionava. Pior, já me disseram que a vacina ainda torna o protozoário resistente! Ainda bem que nunca acreditei, por isso tenho meu cachorro vacinado há 6 anos, super saudável! :)

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